sexta-feira, 2 de julho de 2010

Salve, salve a Seleção!


Pátria amada, patriazinha
Onde estão os seus filhos agora?
Chorando? Celebrando?
Poucos.
Tantos poucos quantos os 11 guerreiros em meio ao campo, e os mais 11 no banco.
São vinte e dois guerreiros de um rei desacreditado, avacalhado, humilhado, censurado, criticado até em suas vestimentas...
Empoeiradas? Mal cheirosas? Cafona e fora de moda?
Fora de moda, empoeirados, mal acostumados, desinformados e equivocados estão os filhos deste país!
Querem sempre, e eu também, a vitória, mas não respeitam a dor da derrota dos que lutaram bravamente contra uma outra seleção e a favor de incrédulos e infiéis patriotas de camisa e cara pintada de verde-amarelo...
Esses mesmos que se esquecem que assim como a copa do mundo, as eleições também acontecem de 4 em 4 anos e que eleição também é uma seleção onde os filhos do Brasil que palpitam, atacam, recusam, ofendem os 22 selecionados pelo rei desacreditado, não sabem palpitar, atacar, recusar e, sobretudo, escolher o rei e os seus “guerreiros” que estarão em campo por 4 anos defendendo (?) e lutando(?) por esses mesmo filhos da Pátria amada, patriazinha.
Os filhos da Pátria, mãe gentil e generosa, selecionam a cada 4 anos o seu rei e vice,  onde os guerreiros são os 81 senadores, 513 deputados federais e 511 deputados estaduais - este último podendo variar bastante em número de acordo com a quantidade de federais eleitos por estado -...
Mas, no estádio colorido de amarelo e laranja, onde o Galvão sugeriu ser decretado hoje feriado Nacional pelo desempenho no  primeiro tempo da partida, não solicitou luto oficial pelo final do segundo tempo. Por quê? Por que não, Bueno?(!)
Os patriotas nos desportos não tem o direito de derramar seu pranto recolhidos ou até mesmo reunidos com os outros seus? Ou basta um “não foi dessa vez”, “aconteceu o que todo mundo já previa...”, “o Brasil volta pra casa mais cedo como tantos outros gigantes do futebol”... Simples assim como se o país tivesse se deslocado de continente e reconstituida estivesse a Pangéia.
Já perdi a noção do que é ser patriota e nacionalista de tanto ouvir e assistir a banalização do sério.
Na política democracia (?), no futebol anarquia (?) e na vida, dia a dia?  
Uma Jabulane que voa torta e imprevisível vale mais que um voto que não tem volta?
Eu torci, eu gritei, eu xinguei o iniciante juiz que mais parecia, como disse meu filho, “um ninja apontando sem parar!”  com uma visão tão imprecisa ou precisada...
E fui pra janela chorar minha dor, minha indignação, cortei a bandeira de décadas com a tesoura que tapava a visão da rua onde os patriotas de camisas e alegorias de todos os tipos da seleção, andavam como se nada tivesse acontecido...
Nenhum foguetório, nenhuma carreata, nenhum Hino, nenhum agradecimento ou ato de indignação.
As lojas abriram suas portas em menos de um minuto do término do jogo... afinal, disse o Bueno, “acabou para o Brasil” e imediatamente tudo tomou seu lugar sem lamentação.
Se eu fizesse o que queria sem ter quem me segurasse, talvez estivesse me sentindo melhor.
Mas que isso? Onde já se viu uma mulher com mais de 40 anos, mãe de família, educadora, sair pela rua chorando e aplaudindo a seleção? Fazendo discurso pra acordar essa gente que dorme em pleno ano de eleição?
Não posso continuar a escrever agora, mas essa história ainda não acabou.
E como deixei escrito em todas as salas onde trabalho, continuo... Deixa com Dunga que Dunga resolve!

Com uma dor latejante e admiração ainda costante beijo a todos
Cláu

Um comentário:

  1. Brasil, meu Brasil...
    Que venha 2014!
    Bjkss e gostei desse blog brasileiro (risos).
    Já te sigo.

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